Campanha/Seminário

É com alguma estranhesa/tristeza que vejo este slogan deste seminário sobre saude/sexualidade/saude reprodutiva/contracepção masculina que vai decorrer na lusófona.

Contracepção Masculina é de homem. Que quer isto dizer??? Eu acho que isto não reflecte mais do que a concepção/mito que existe na sociedade de que acaba sempre por ser a mulher a responsável/sacrificada pela utilização/gestão dos métodos anti-concepcionais. Ou seja que é uma preocupação em ultimo caso feminina pois somos nós que engravidamos. Vi um cartaz algures que me agradou mas que não encontro: a mesma figura masculina grávida e a frase era a seguinte: Se fosse consigo já se importava mais? Não deixei de pensar que esta ideia era uma boa ideia para uma campanha pró-escolha. Eu tenho para mim que se os homens engravidassem há muito que o aborto era legal pois eles nunca se permitiriam não ter o controle completo do seu corpo.

Desenho

É a forma mais simples e por isso também a mais complicada de me aperceber dos vícios dos meus sentidos (da visão, do tacto, da destreza) , dos vícios das interpretações e observações que faço. Da descoordenação entre o movimento das mãos e a visão.

O desenho é uma forma de descontrução das imagens que nos rodeiam, é uma forma de nos obrigar a educar a vista aos pormenores, de educar a vista para todas as realidades que uma imagem pode englobar. Pode ser um todo, sem pormenores, pode o todo da imagem ser apenas um pormenor, pode a imagem ser só o contorno do que se desenha, pode a imagem ser só movimento do objectivo que se mexe, pode uma imagem ser apenas jogos de proximidade e longevidade, ou jogos de sombras e luzes, prespectivas e proporpoções.

A forma como estas imagens são captadas pela visão condicionam a interpretação do intelecto perceber isto é um grande passo para a descontrução dos vícios. Desenho é a educação da visão, da observação, da interpretação, é a educação do movimento da destreza, é simplesmente a coordenação e educação/deseducação dos sentidos.

Desordem do Foro Psicológico (nham nhammm)

Eu não percebo como é que eu ainda fico escandalizada com certas coisas:

-quando alguém no forum da TSF diz que o que se devia fazer era exterminar todos os homossexuais pq a sociedade já é demasiado tolerante com a imposição do modo de vida homossexual, imposição essa que tem vindo a crescer nos ultimos tempos,

- quando uma senhora no mesmo programa diz que a culpa do ódio gerado aos homossexuais é devido a uma minoria que faz aquelas paradas nojentas propositadas para chocar o cidadão comum,

-que os homossexuais deveriam ser mais discretos (?)

(devo dizer que a medida tomada pela igreja católica não me espanta nem um bocadinho, embora eu ache que o papa não sabia como atingir os homossexuais e resolveu dar mais tiros nos pés pq este documento não tem pés nem cabeça, posso ser eu e o meu mau feitio mas o que é que tem a haver a orientação sexual com a vocação para padre?

Nem me dou ao trabalho de rebater estas barbaridades, elas falam por si)

Uma Paixão Muito Antiga

Patti Smith Horses
30th Year Legacy Edition CD
Horses/Horses Live

AB...Sexo, Mulheres, Invisibilidade Lésbica...

Estava ontem descontraídamente a ver este programa na tvi, ontem sobre sexo anal, quando constatei tristemente duas coisas que não me surpreenderam:

-A invisibilidade lésbica é de facto gritante. Num programa em que o sexo é abordado sem tabus e sem preconceitos e sem aparente homofobia, mais uma vez as lésbicas foram esquecidas. Então as lésbicas não practicam sexo anal? Tudo foi abordado menos o sexo anal entre as lésbicas? Invisibilidade no seu maior expoente.

-A maior parte dos telefonemas feitos para o programa eram feitos por mulheres cuja sua maior preocupação era o prazer do seu companeiro masculino. Uma perguntava se ao entrar na menopausa conseguiria continuar a dar prazer ao marido, outra colocava uma questão a propósito do prazer do companheiro se ela colocasse um anel vaginal como método anti-concepcional, etc. Devo dizer que nada disto me espantou. As próprias mulheres se anulam como seres sexuais e se condicionam a pensar unicamente na sexualidade do seu parceiro (no caso heterossexual), é um ciclo vicioso. Agem como senão tivessem direito ao prazer e à sua sexualidade, agem como se a sua sexualidade sirva apenas de suporte ao prazer do companheiro. Fruto duma educação duma vida e condicionamento social, o complicado é arranjar ferramentas para a descontrução destes principios.

Gosto/Não Gosto

Gosto de andar à chuva. Gosto de não ter horários. Gosto de olhares esbugalhados. Gosto de olhos que falam. Gosto de falar sem palavras. Gosto da linguagem corporal. Gosto da troca de olhares cumplices. Gosto de saber das vidas alheias. Gosto de gente complicada. Gosto de beijar. Gosto de cometer excessos. Gosto duma certa auto-destruição. Gosto de observar as pessoas. Gosto de ser nostalgica. Gosto do do cheiro das castanhas. Gosto...

Não gosto do frio que me invade quando saio da cama. Não gosto de ser tímida. Não gosto de ser perguiçosa. Não gosto de compromissos rígidos. Não gosto de corar como quem respira. Não gosto que as minhas expressões traiam os meus pensamentos. Não gosto de ir à psicóloga. Não gosto de ser encostada contra a parede. Não gosto de confrontos. Não gosto de tempos livres. Não gosto de não ser capaz de dar o braço a torcer. Não gosto...

Há palavras...

...que realmente me caiem no goto e não consigo explicar:

-encanitar;
-elocubrar;
-Marçana.

Visto Cinemateca

Moi, un Noir...

Visto

In her shoes/ Na pele da minha irmã?

Um filme que me surpreendeu pela positiva. Pensava eu, o filme protótipo de uma gaja boa que tem uma irmã patinho feio cuja vida ela vai modificar para a ajudar a arranjar um homem para procriar e fundar uma família. Não foi isso que aconteceu. A gaja boa (cameron diaz) não ficou emparelhada e nem a irmã foi modelada por ela. A gaja boa foi mostrada como sendo uma ignorante perdida na vida e sem escrupulos. A irmã patinho feio como uma mulher de sucesso dona da sua vida. Um filme interessante. um poema lindissimo de Elizabeth Bishop (segundo um passarinho um poema sobre a perda, que ela dedicou à sua namorada brasileira). Uma brilhante Shirley MacLane. Uma análise equilibrada das relações.

...

...trago o teu coração no meu coração....

Estado de Espírito

Crise Lamentável

Gostava tanto de mexer na vida,
De ser quem sou - mas de poder tocar-lhe...
E não há forma: cada vez perdida
Mais a destreza de saber pegar-lhe.

Viver em casa como toda a gente
Não ter juízo nos meus livros - mas
Chegar ao fim do mês sempre com as
Despesas pagas religiosamente.


Não estar sempre a bulir, a quebrar coisas
Por casa dos amigos que frequento -
Não me embrenhar por histórias melindrosas
Que em fantasia apenas argumento

Que tudo em é fantasia alada,
Um crime ou bem que nunca se comete
Por meu Azar ou minha Zoina suada...

Extractos dum poema de Mário de Sá Carneiro

Tou Farta...

...fartinha de ser um bobo da corte

Visto

A Marcha dos Pinguins

Pronto só para dizer que eu tenho um fascínio inexplicável por bichos pretos e brancos e no top desse fascínio estão os pinguins. Não sei explicar talvez numa vida anterior eu tenha sido um. Não consigo explicar a razão da gargalhada que eu solto ao ver o andar desajeitado dum pinguim, ao ver os modos tropegos que os caracterizam.

Este documentário que tanta polémica gerou nos EUA e percebe-se pq. A narrativa é em torno do ciclo de vida dos pinguins imperadores e é feita de modo inocente, cor-de-rosa e de forma tendenciosa. Fácilmente se distingue o modo de vida advogado pela igreja católica, pelo facto de os pinguins viverem dedicados à procriação da espécie e de forma monogâmica (ainda que seja só por um verão apenas). O unico senão deste filme, a narrativa, inocente e conservadora. De resto a banda sonora é muito boa e nem vou falar da imagem/fotografia do filme que nos transporta literalmente para o antártico. Eu senti-me lá.

Visto

A maldição do Coelho Homem

Faço sempre esta terapia de ver os filmes de desenhos animados ou os filmes supostamente para crianças, embora não sendo fã de desenhos animados nem de banda desenhada.
Este filme fez-me lembrar os desenhos animados de plasticina que apareciam no programa do Vasco Granja que eu via tão atentamente quando era pequenina.
Acho que começo a acusar uma certa generation gap pq saí de lá com a ideia de que os filmes que eu via no cinema eram muito mais inocentes, mais simples, mas provávelmente o que me lembro deles é apenas o reflexo da minha interpretação na altura.
Acho que estes filmes tentam sempre ser didácticos e prestar serviço publico, este não foi uma exepção. A imagem a reter aqui é a protecção dos animais. É um filme engraçado com um humor inteligente. (gostei especialmente da personagem do padre, um misto de pregador, de místico, de oportunista, e gostei especialmente da critica subliminar feita à igreija, sempre né?)

Maria Rita

Já cá "canta" aos meus ouvidos quando eu quero ser embalada... E cá fico à espera que me visites brevemente...

....

Se tu soubesses que os meus olhos buscam os teus....

Hoje é dia de...

Visto

Sete Espadas

Eu e o meu fascínio por filmes épico/clássicos chineses com algumas artes marciais à mistura (se bem que este era de Hong Kong). Mais uma decepção de filme, engraçado é que no entanto não deixo de os ir ver sempre que estreiam, não sei se na realidade já vi algum que gostasse acho que é simplesmente um daqueles fenómenos inexplicáveis. Uma história contextualizada numa mudança de dinastia/imperador na China localizada na manchúria e a saída dum edital imperial a impedir toda a practica e manifestação de qualquer forma de artes marciais e que quem o fizesse seriam punido com a morte. Acontece que existia uma pequena aldeia irredutivel bem ao estilo do asterix que teimou em não ceder ao grupo dos rufiões do imperador que faziam limpezas nas aldeias vizinhas para fazer vingar a sua força (de notar que nesse grupo de rufiões "maus" existia uma figura pseudo-lésbica, com um aspecto "medonho" a fazer umas coisas estranhíssimas, parecia uma cascavel com aspecto humano, aqui nitidamente a utilização da troca de carícias de teor sexual entre mulheres como acto de perversão, a simbolizar o perverso, o demoníaco). Um filme demasiado longo, no inicio e no meio dá a sensação que o filme é cortado várias vezes pq as personagens aparecem sem se saber muito bem qual o seu contexto e qual a razão da sua insistência. Demasiado misticismo sobrenatural. Demasiados exageros dramáticos dos actores. O filme é uma receita da junção de: muitos efeitos especiais, artes marciais, muito sangue, triângulos amorosos, ódios e traições. Devo confessar que me confundi com os actores a certa altura que havia um triângulo amoroso em que não me apercebi quais eram os vértices!

Voyer eu?? Sempre..

Vi este site sobre o que pensam as pessoas que passam rua ( neste caso eram as pessoas que passavam nas ruas de Copenhaga) aqui e adorei....